A reforma e a integração de dois edifícios de épocas e linguagens diferentes, situados na praça Mauá, darão à capital fluminense um novo equipamento cultural. Com projeto de Bernardes & Jacobsen Arquitetura e inauguração prevista para o primeiro trimestre de 2012, o Museu de Arte do Rio (MAR) é uma iniciativa da prefeitura carioca, com realização da Fundação Roberto Marinho.
Ao lado do Museu do Amanhã, concebido porSantiago Calatrava, o MAR é uma das âncoras culturais do Porto Maravilha, programa viabilizado pela parceria entre as três esferas de governo e empresas privadas a fim de converter a degradadazona portuária do Rio de Janeiro em polo turístico.
A primeira fase do programa prevê 350 milhões de reais em investimentos na reformulação urbanística. Parte das atividades do Museu de Arte do Rio transcorrerá no quase centenário Palacete D. João 6°, prédio da década de 1910 que abrigou escritórios de empresas de transporte marítimo. Embora tenha sido tombada em 2000, a construção de estilo eclético passou as duas últimas décadas em estado de total abandono.
Somente em junho de 2010 tiveram início as obras de restauração da fachada e de adaptação dos interiores ao novo uso. O palacete será interligado ao seu vizinho, uma edificação modernista dos anos 1940 cedida pelo governo estadual. Mesmo bastante deteriorada, nesta funcionavam até recentemente um terminal rodoviário, no térreo, e um hospital da Polícia Civil nos andares superiores.
A ligação será feita pela passarela na altura do quinto pavimento do prédio mais novo, enquanto uma cobertura que sugere o movimento da água do mar tem a função de dar a ideia de unidade ao conjunto.
Com curadoria de Leonel Kaz e museografia de Jair de Souza e Felipe Tassara, o MAR pretende oferecer um passeio pela história do Rio de Janeiro. O relevo histórico será destacado em uma exibição multimídia permanente e também nas chamadas exposições-diálogo, que devem reunir acervos públicos e privados de coleções brasileiras ou estrangeiras.
As principais salas expositivas aproveitarão os pés-direitos elevados e a planta estrutural livre do palacete. No prédio vizinho serão alocadas salas para mostras temporárias, salas de aulas, setores administrativos e a Escola do Olhar, uma espécie de laboratório destinado aos professores da rede pública de ensino.
Os pilotis do terminal serão transformados em um grande foyer, também com áreas expositivas, jardins e auditório. Tombada, a marquise do prédio será destinada aos serviços do museu. Os dois prédios somam 8,5 mil metros quadrados de área construída.
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 372 Fevereiro de 2011